Crescer no Ginjal fez com que Romeu Correia ficasse ligado ao Tejo para todo o sempre.
Foi ali que se habituou a ver a beleza das fragatas e de outros veleiros do rio, sempre de um lado para o outro, que assistiu à dança dos golfinhos, e mais importante ainda, que aprendeu a nadar junto dos outros rapazolas que se aventuravam com as primeiras braçadas, naquela quase piscina natural, protegidos pelo olhar atento dos mais velhos...
No Verão era um corrupio de gente a mergulhar nas águas do rio, como podemos vislumbrar através desta transcrição do "Cais do Ginjal" (página 73):
[...] «De manhã e de tarde o Cais do Ginjal
era visitado por bandos de fedelhos que invadiam as muralhas e as praias. Os
mais pitorrinhas punham-se em pelo, trazendo os mais espigadotes as ceroulas ou
um trapo a ocultar o sexo. Também os trabalhadores dos armazéns e das tanoarias
não recusavam, no fim da labuta, o salto para o rio, onde exibiam os mergulhos
e as braçadas.» [...]
(Fotografia Luís Eme)
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