Apesar do susto que Romeu Correia apanhou, a apreensão do livro de contos, "Sábado sem Sol", acabou por ser a melhor publicidade que se poderia fazer a uma primeira obra.
A sua proibição levantou uma grande curiosidade nos leitores (tanto nos oposicionistas como nos almadenses...) sobre o livro, fora de mercado, e por isso, ainda mais valioso...
Felizmente os bibliotecários da Academia e da Incrível Almadense estavam de sobreaviso e foram muito poucos os livros que a PIDE levou das duas bibliotecas (pouco mais de meia-dúzia...), quando as visitou...
Mas vamos lá ler o que Romeu escreveu, na página dez, ainda em "Algumas Linhas Livres":
«Dois meses após a publicação, a PIDE
procedia à apreensão do “Sábado sem Sol” (estímulo oficial tão frequente por
esses tempos fascistas…), semeando o desgosto e a indignação na maioria dos
meus leitores, e digo na maioria porque, inexplicavelmente, tristemente, houve,
em Almada, quem, sentindo-se retratado nas páginas do livro, descesse à
ignominia de me denunciar na sede da famigerada polícia política.»
(Na imagem o auto de apreensão do "Sábado sem Sol" na Biblioteca da Incrível Almadense, onde só descobriram dois livros...)
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