Em Março de 1968 a "Vértice" - Revista de Cultura e Arte (n.º 294) - publicou as respostas de Romeu Correia ao inquérito que lhe fez sobre a "Situação do Teatro em Portugal".
Romeu nas suas dez respostas diz-nos muito sobre o que pensava do teatro no nosso país, de uma forma geral.
Uma das respostas que achámos mais curiosas foi sobre o seu sentido prático nos palcos, a sua intervenção nas encenações (onde também historiou o seu percurso):
«Quando
trabalho um texto de teatro, “experimento-o” a toda a hora sobre o palco da
minha imaginação. Só assim a função é parida sem perder a medida e a força do
espectáculo a que se destina. Muito cedo fui amador dramático e escrevinhador
de farsas carnavalescas para as récitas das sociedades recreativas da minha
terra. Sou um produto da intensa vida associativa de Almada.
Sei
que o espectáculo teatral depende do trabalho de uma equipa que se quer humilde.
Grupo cénico com intelectuais de ocasião a botar sentenças (e quantas vezes sem
a mínima vocação para o teatro) é coisa condenada ao malogro. Quer isto dizer
que, como autor de um texto, ouço todos os reparos, discuto-os – e aceito sem
pestanejar as melhore sugestões. E assim continuarei.»
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