quinta-feira, 15 de março de 2018

"Romeu Correia lembrado por Carlos Pinhão"


O livro é de Novembro de 1991, tem realização técnica de Vasco Rosa e capa de Henrique Cayatte incluindo tudo sobre o «I Congresso de Escritores de Língua Portuguesa»: discursos, comunicações, debates, moções e saudações. A Comissão Executiva integrou Alexandre Babo, Júlio Conrado, Wanda Ramos, Edite Estrela, Egito Gonçalves e Salvato Teles de Menezes. O texto de Carlos Pinhão intitula-se «Há uma literatura desportiva» e começa deste modo: «Os senhores desculpem mas há dias em que sou lido por um milhão de Portugueses, em Portugal e no estrangeiro.» A explicação é simples: nesse tempo um jogo Benfica-F.C.Porto dava origem a uma tiragem de 250 mil exemplares de A Bola e, como cada jornal em média era lido por 4 leitores, temos o tal milhão. A seguir Carlos Pinhão afirma: «Há uma literatura desportiva! Foi Ruy Belo quem o disse.» E explicando melhor, recorre às palavras do Poeta: «E é bom que ela exista, visto que existe um desporto, é natural que exista uma literatura sobre essa realidade». Entrevistado pelo jornal A Capital em 1969 e por A Bola em 1970, as suas palavras constam do livro Na senda da Poesia: «Penso que os jornalistas desportivos escrevem bem, conseguem uma coisa que eu gostaria que se conseguisse no domínio da cultura e que é a adesão do povo àquilo que escrevem.» Retomando as palavras de Carlos Pinhão, passamos a citar: «Essa adesão é particularmente significativa no tocante a muitos e muitos milhares de emigrantes portugueses que têm, nos jornais desportivos que recebem, o único elo que os liga à literatura da terra-mãe. Entretanto, continua a faltar, na literatura portuguesa, um romance que tenha por fundo o mundo do futebol, depois das experiências havidas com o romance de Hugo Rocha e, sobretudo, o de Romeu Correia, com o seu Desporto-Rei

[texto de José do Carmo Francisco - fotografia de autor desconhecido] 
     

Sem comentários:

Enviar um comentário